“A
Caixa é do povo, não se vende, não se entrega!” Esse foi o grito dos
bancários e bancárias da Caixa no Dia Nacional em Defesa da Caixa 100%
Pública, na manhã desta sexta-feira, 27. O movimento foi realizado em
todo país, e em Vitória o ato aconteceu na agência Beira Mar, no Centro.
Entidades representativas dos trabalhadores também participaram do ato.
Durante o movimento, foi distribuído
para a população o manifesto em Defesa da Caixa 100% Pública. Anunciada
no final de 2014, a abertura de capital da Caixa representa o primeiro
passo para a privatização do banco, que é hoje um dos principais agentes
das políticas públicas no país.
“Sabemos da importância que a Caixa tem para o desenvolvimento social do país. Aqui no Espírito Santo, em especial, ela é um dos principais vetores do financiamento e desenvolvimento social do Estado, junto com o Banestes e o Bandes. Não podemos admitir que a Caixa seja, portanto, entregue para promover o lucro da iniciativa privada”, destacou a diretora do Sindibancários/ES e bancária da Caixa, Rita Lima.
“Sabemos da importância que a Caixa tem para o desenvolvimento social do país. Aqui no Espírito Santo, em especial, ela é um dos principais vetores do financiamento e desenvolvimento social do Estado, junto com o Banestes e o Bandes. Não podemos admitir que a Caixa seja, portanto, entregue para promover o lucro da iniciativa privada”, destacou a diretora do Sindibancários/ES e bancária da Caixa, Rita Lima.
Garantir a Caixa como banco 100%
público, do povo brasileiro, é uma luta de toda a população, como
destacou o representante do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA),
Leomar Lirio. “Nós, do campo estamos aqui não apenas por solidariedade,
mas por sobrevivência também. Nós, enquanto Movimento dos Pequenos
Agricultores, nos somamos a esse movimento. Na luta pela habitação
rural, conseguimos avançar com a Caixa Econômica e precisamos garantir
que esse avanço continue”, enfatizou.
A luta é de todos
Bancário da Caixa há 05 anos, Marcelo
Miguel declara que é preciso mobilizar a todos para impedir a venda da
Caixa. “Esse dia é de extrema importância em defesa do banco e, também,
para divulgar que é preciso defender o banco como 100% público. É um
momento único em defesa de um banco melhor”, enfatizou.
Clientes que estavam na agência
receberam o manifesto e declararam sua indignação diante da
possibilidade de privatização do banco. “Essa possibilidade de vender o
banco é horrível. Será muito ruim, porque a Caixa é o banco que atende
pessoas mais necessitadas e os menos favorecidos, como eu, necessitam da
Caixa. Nós dependemos da Caixa, pois é aqui que temos a chance de
conseguir alguma coisa, como um empréstimo. Se entregar a Caixa para o
setor privado não teremos mais nada”, disse a funcionária pública
Filomena da Silva Alves, 53 anos.
A Caixa é o terceiro maior banco do país e o segundo em ativos. Esse patrimônio dos brasileiros não deve ser vendido, como destacou a autônoma Nara Coutinho. “Não é para vender a Caixa. Esse é banco é do povo e não vai ser vendido. Vou entrar nessa luta junto com os bancários e farei o que for necessário para defender nosso banco. Tenho conta na Caixa e esse é um banco muito bom”.
Membro da Associação Nacional dos
Advogados da Caixa, Gilmar Zuma de Passos, enfatizou que a luta é de
todos os trabalhadores. “Não há nada de positivo nessa privatização. A
intenção das pessoas que vão adquirir essas ações é apenas obter lucro.
Evidentemente isso vai onerar os custos e os serviços que a Caixa presta
hoje. O que teremos será um o aumento do custo de vida, da inflação,
enfim, onerar ainda mais o custo de vida do povo, já tão sacrificado.
Todos os trabalhadores da Caixa estão unidos e vamos fazer o que for
possível para evitar que a privatização aconteça”, destaca.
A Associação do Pessoal da Caixa
Econômica Federal (Apcef/ES) também está mobilizada para garantir a
Caixa como patrimônio do povo brasileiro, como destaca o presidente da
entidade, Edmar Martins Andrei. "A Caixa é uma empresa que cresce a cada
ano e é altamente lucrativa. E isso é resultado da dedicação e do
trabalho de seus empregados, que são comprometidos com o papel social da
Caixa. Não podemos permitir que essa empresa dos brasileiros seja
entregue nas mãos da iniciativa privada. Vamos nos unir nessa luta e
conclamos toda a sociedade brasileira a defender esse patrimônio que é
nosso", enfatizou.
No dia 25, um ato na Câmara dos
deputados mobilizou diversas centrais sindicais e trabalhadores de
várias categorias, que aprovaram um manifesto nacional em defesa da
Caixa 100% pública. A seguir: Leia o manifesto na íntegra.
A CAIXA NÃO SE VENDE
A Caixa Econômica Federal é muito mais do que um patrimônio do povo brasileiro. Os mais de 200 milhões
de brasileiros confiam na Caixa como parceira do Estado na execução de políticas públicas para todos, que
tiraram milhões de brasileiros da miséria nos últimos 12 anos.
Os mais de 78 milhões de clientes confiam à Caixa muito mais do que suas economias nas contas, nas poupanças
e nos financiamentos habitacionais.
Os clientes depositam nessa instituição secular suas esperanças e
seus sonhos. Por isso, a Caixa não se vende.
O anúncio sobre a intenção de abrir o capital da Caixa, feito pela presidenta Dilma Rousseff em dezembro
de 2014, coloca em cheque o compromisso assumido durante a Campanha eleitoral, de fortalecimento dos
bancos públicos, e abre um caminho sem volta para a privatização do maior banco público do País.
Na crise de 2008, quando os bancos privados fecharam suas linhas de crédito, foram os bancos públicos,
e a CAIXA, em particular, quem deu liquidez ao mercado para que o País não mergulhasse na recessão. Só a
Caixa 100% pública pode ser uma ferramenta para o Estado brasileiro atuar no mercado financeiro no sentido
da diminuição dos juros e do spread bancário. Por isso, a Caixa não se vende.
Um banco múltiplo, rentável e social a serviço do Brasil e de seu povo: é esse o modelo que defendemos,
ao contrário do modelo neoliberal que relegou os bancos públicos a meros coadjuvantes do sistema financeiro
privado, deixando a atividade produtiva à mercê de extorsivas taxas de juros.
Nos últimos 12 anos, empregadas e empregados trabalhadores da Caixa contribuíram decisivamente para
a reconstrução da empresa, depois dos anos neoliberais de sucateamento da instituição e de descaso com seu
quadro funcional. Por isso, a Caixa não se vende.
Pelo imenso volume de recursos que gere, e pelo lucro que gera, a Caixa sempre foi alvo da cobiça dos bancos
privados, nacionais e estrangeiros: a Caixa tem a maior rede de atendimento do País, com mais de 4 mil
agências e postos de atendimento e mais de 100 mil empregados. Administra os recursos do FGTS, da ordem
de mais de R$ 410,7 bilhões em ativos, e tem R$ 605 bilhões em sua carteira de crédito, sendo quase R$ 340
bilhões em financiamento imobiliário.
Não é à toa que garantir a manutenção da CAIXA
e do seu papel social exige luta permanente.
O mercado estimou o valor que o governo conseguiria com a venda de parte do capital da Caixa: R$ 20 bilhões.
Mas só em 2014 o lucro da Caixa foi de mais de R$ 7 bilhões. Senhoras e senhores, há algo errado nessa
conta. No entanto, não é preciso refazer esse cálculo, simplesmente porque a Caixa não se vende.
Vender o patrimônio do povo brasileiro para fazer superávit primário para pagar juros ao sistema financeiro
é um filme que já vimos. Sabemos onde vai dar esse caminho equivocado: demissão, arrocho e, por fim, privatização,
como ocorreu com os bancos estaduais no passado, sem que isso representasse uma solução duradoura
para o Estado brasileiro.
A missão da Caixa é atuar na promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável do País – como
instituição financeira, agente de políticas públicas e parceira estratégica do Estado brasileiro. E assim deve
continuar.
A inclusão social, o acesso à moradia, o planejamento urbano, enfim, todos esses valores que conferem
dignidade ao povo brasileiro e que são a razão de ser da Caixa são valores inegociáveis.
A Caixa é do povo. A Caixa não se vende.
fonte:
bancarios-es
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Mensagem do formulário de comentário: